
Você já deve ter se pegado nessa cena: sentado no quarto, a tela do FL Studio ou do Ableton aberta, dezenas de canais rolando, a bateria encaixada, a melodia repetindo em loop. O beat está pronto, ou quase. Você sente orgulho, mas aí vem aquela pergunta inevitável: “E aí, quantos desses eu preciso ter para realmente viver de música?”
Essa dúvida é natural porque ninguém fala abertamente sobre números. Muitos produtores escondem, outros romantizam. Mas a verdade é que existe um padrão, e ele está ligado a uma lógica simples: quanto mais beats você tem, mais chances de venda; quanto mais organizados e variados eles forem, maior a previsibilidade da sua renda.
O mito do beat perfeito
O primeiro erro que trava a maioria dos beatmakers é a busca pelo beat perfeito. Você passa dias lapidando um único instrumental, gastando energia com detalhes que ninguém vai ouvir, e no fim não posta nada. Enquanto isso, tem alguém lá fora produzindo três beats por dia, postando consistentemente e fechando vendas.
Não é que qualidade não importe. Importa. Mas qualidade sem volume não cria mercado. O artista que entra em contato com você não quer só um beat. Ele quer opções. Quer escolher entre vibes diferentes, entre BPMs distintos, entre beats melódicos e pesados. Se você oferece apenas um ou dois, a chance de fechar é mínima.Quem vive de beats entendeu isso cedo: não é sobre criar a obra-prima. É sobre criar catálogo.
Números reais de quem vive de beats
Vamos ser práticos.
- Beatmakers com 50 a 80 beats ativos já conseguem gerar vendas recorrentes, principalmente em licenças não exclusivas.
- Com 100 a 200 beats bem organizados, começa a existir escala: artistas voltam, compram de novo, seu nome aparece em buscas.
- Acima de 300 beats publicados, você domina palavras-chave de type beats, aparece no algoritmo do YouTube e cria fluxo automático de novos clientes.
Esses números não são regra rígida, mas referência real. Porque no fim, quem tem catálogo consistente vira opção óbvia para os artistas. Quem tem 10 beats parados no HD, vira estatística de desistência.
Quantos beats por semana para crescer de verdade
Agora vamos falar de rotina. Porque a pergunta “quantos beats preciso fazer” só faz sentido quando você entende que não dá para depender da inspiração. Produzir precisa virar hábito, quase como academia.
- Iniciante disciplinado: 3 a 4 beats por semana. Não é muito, mas já constrói base.
- Intermediário focado: 5 a 7 beats por semana. Esse é o ritmo de quem começa a aparecer no mercado.
- Avançado que busca escala: 10 beats semanais. Nesse ponto, você cria um catálogo robusto em menos de um ano.
Agora, não adianta só quantidade. Beatmaker inteligente varia. Se fizer 10 beats por semana iguais, todos com mesmo drum kit e mesmo BPM, você não tem catálogo — tem repetição. O segredo é mesclar: trap, drill, afro, R&B, beats melódicos e sombrios. Assim você atende diferentes artistas e não se limita a uma única demanda.
Quantidade não basta: é preciso estratégia
De nada adianta ter centenas de beats se ninguém encontra. E aqui mora a diferença entre um beatmaker que produz muito e outro que vive de música: visibilidade.
- YouTube: é vitrine. Seus beats aparecem em buscas e podem viralizar.
- BeatStars: é checkout. Quem entra já está com intenção de compra.
- Instagram e TikTok: são bastidores, onde você cria conexão e autoridade.
Esse é o funil real. Produção + catálogo + exposição = vendas. Sem essa tríade, você fica preso no ciclo da frustração: muito trabalho, pouca recompensa.
Dicas avançadas que ninguém fala
Agora vamos sair do senso comum. Aqui estão pontos que realmente fazem diferença:
- Produza por blocos: em vez de tentar finalizar um beat por dia, separe dias só para melodias, outros só para drums, outros para arranjos. Isso aumenta sua produtividade.
- Recicle ideias antigas: beats de 2019 podem ser transformados em novas versões com timbres atuais. Não subestime seu próprio acervo.
- Use collabs para acelerar catálogo: trabalhar com outros produtores divide esforço e multiplica variedade. Metade do beat pode ser seu, mas o catálogo dobra.
- Monitore métricas: veja quais beats geram mais plays no YouTube ou BeatStars. Isso te mostra onde insistir e onde parar de gastar energia.
- Crie séries de type beats: em vez de postar “Travis Scott Type Beat” isolado, faça uma sequência com Vol.1, Vol.2, Vol.3. Isso prende o público e cria busca contínua.
Essas práticas são de produtor musical avançado. É assim que você passa de alguém que “faz beats” para alguém que vive de beats.
Exemplo real
Um beatmaker de São Paulo começou produzindo dois beats por semana, mas demorava para postar. Ficava travado na ideia de que precisava ser perfeito. Em um ano, tinha só 40 beats no ar. Resultado: nenhuma venda consistente.Quando ele mudou a mentalidade e passou a produzir 7 beats por semana, variando estilos e postando religiosamente, chegou a 200 beats em catálogo em 8 meses. Hoje, vende em média 25 licenças por mês, faturando R$6.000 — só com beats. O que mudou não foi talento, foi volume + constância + organização.
Conclusão: catálogo é a moeda do beatmaker
Então, quantos beats você precisa fazer para viver de música? O suficiente para nunca mais depender da sorte. Isso pode ser 50, 100, 300 — depende da sua disciplina. Mas se você ainda está no “modo amador”, com 10 beats parados na pasta, já sabe a resposta: precisa produzir muito mais.Quem aparece, vende. Quem desaparece, some do mercado. O beatmaker que cria catálogo consistente se torna inevitável.E se você quer acelerar esse processo, não precisa passar anos montando tudo do zero. Os kits da nossa loja foram feitos para isso: dar velocidade, qualidade e variedade à sua produção. Com eles, você produz mais rápido, posta com consistência e constrói catálogo de verdade.O próximo passo é seu: sentar, criar, postar e repetir. Porque quem insiste, vive de música.
